Igreja Matriz
A nossa igreja (não na forma actual) à mais de 900 anos, isto pelo que se pode constatar no III vol. do documento "Documentos medievais Portugueses".
A fachada voltada a poente tem uma inscrição que nos indica que esta actual igreja foi edificada no lugar da velha e arruinada que ali existia. Na dita inscrição, a data de 1721 deve referir-se ao ano em que se ergueu aquela parede frontal.
Consta que uma grande parte do povo da freguesia, aquando da reconstrução, pretendia que a igreja fosse erguida a Sul de Mourel, por ficar mais centralizada. Consta também que a isso se opôs sempre o abade Correia de Bulhões, levando por diante a sua opinião.
Refira-se que a Igreja tem 21,5 m de comprimento por 8,8m de altura.
A grandiosa construção de fachada voltada a Poente tem no frontespício a dedicação da igreja num dístico sob uma imagem em pedra do orago S. Tiago, assim concebida:
«S. Jacob Inter Apostolos Maiori Evangelistoe Joannis Fratri Novum Ex Ruinozo Templum Eiusdem Joannis CanNonicus Filius A Cor. De Be Vasc. Posuit Anno Domini 1721 »
traduzindo temos que:
« A S. Tiago Maior entre os apóstolos, irmão de João Evangelista o cónego António Correia de Bulhões e Vasconcelos, filho do mesmo S. João, dedicou (edificando), no ano do Senhor de 1721 um templo novo do ruinoso»
Por esta inscrição ficámos a saber que a actual igreja foi edificada no lugar da velha e arruinada que ali existia.
A data de 1721 deve referir-se ao ano em que se ergueu aquela parede frontal e a de 1718 que se encontra na parece Norte da sacristia é a data do início da obra, pois que de 1714 (ano em que aquele sacerdote deu entrada na freguesia) até 1721, não havia tempo, nem recursos para tão grandiosa e completa edificação.
À inauguração do novo templo se deve referir a inscrição em português, aberta num cunhal da parede Nascente:
“A esta Igreja ilustrou com a sua presença o Exmo. E R.mo Sr. D. Júlio Francisco de Oliveira e nela, em dia de S. Tiago celebrou missa de pontifical e pregou um panegírico do mesmo Santo a 25 de Julho de 1743, sendo abade o D. António Correia de Bulhões Vasconcelos”
Em cada uma das paredes das capelas laterais voltadas a Nascente e a Poente existe a inscrição: “António Correia de Bulhões e Vasconcelos «Abb. > F > C X 1743 >» que indica o ano as obras daquelas capelas terminaram, confirmando a inauguração feita pelo prelado da diocese.
Parece ser de supor que as obras da da torre quadrangular devem ter terminado antes do que seria pretendido, pois em vez de se erguer em altura proporcional a todo o edifício para lhe dar imponência e elegância finais de que era merecedora, está, pelo contrário, baixa, amachucada, quase rente ao telhado, dando a impressão de obra inacabada.
Nessa torre abrem-se três sineiras que deixam ver os três sinos que, lá em cima, têm repicado e dobrado, em uníssono com o coração, as tais horas alegres e tristes dos filhos de carvalhais. Na face Norte giram os ponteiros de um velho e enferrujado relógio.